Olá de novo, a todos e todas!
O sexo teve sempre um papel de enorme importância desde a minha infância. Na adolescência e inicio da idade adulta usei a minha imagem para fazer todas as loucuras que me apeteceram. Valia tudo, os meus limites raramente eram atingidos, quanto mais intenso e louco, melhor. Sentia-me bem a saber que provocava e bastava eu querer para ter qualquer um. Sentia-me viva e é isso que todo o borderline quer. De tantas pessoas que passaram na minha vida, só me lembro de 1ou 2. Eram pessoas que usava para me distrair, alimentar o meu ego e descarregar a ansiedade. Eu gostava de ser o centro dos olhares e chamar a atenção e levei isso ao pé da letra. Essa parte tão importante da minha vida, revela mais um lado de mim, o lado histriónico. (mais à frente no blog irei explicar detalhadamente)
Sim, eu sou maioritariamente borderline mas com comorbidades de todo o cluster B: antissocial, narcisista, histriónico e borderline.
Continuando o meu percurso de vida ao longo dos anos, chegou a altura que conheci o 3º namorado. Até ele vir morar comigo foi tudo muito rápido. Um dos meus maiores problemas é querer tudo muito depressa. Em tudo. Para mim não foi um erro na altura. Eu gostava dele e precisava curar as feridas ainda recentes. Não demorou muito a aparecerem os problemas. Não posso dizer que foram todos culpa minha porque não é verdade mas também não digo que a minha maneira de ser não tenha agravado as coisas. Para mim, contacto, carinho, vida sexual é essencial e isso foi acabando entre nós, abrindo um fosso. Nunca quis isso, pelo contrario. Cada vez que alguém que gosto me rejeita, sinto como se tivesse sido atravessada por uma espada. Eu preciso de carinho, de amor para sentir que a vida vale alguma coisa, caso contrario prefiro morrer. No entretanto fiquei doente. A mesma doença crónica que tinha levado o meu pai, caiu sobre mim. Os problemas da vida foram levando a esse afastamento, até que um dia ele disse que queria terminar o namoro…..😔
Como nunca mais consegui arranjar emprego, apesar de ter tentado praticamente tudo, a situação financeira começava a ficar grave e ele ficou a morar comigo como amigo para me ajudar a pagar as contas. Irei ser grata por isso o resto da vida pois não podia recorrer a mais ninguém.
Quando as coisas ficaram mesmo graves e já havia contas em atraso com um enorme stresse da minha parte, vi-me entre a espada e a parede. Só eu sei o que me custou ser "obrigada" a pedir ajuda financeira à minha mãe. Tinha a consciência que tudo iria mudar a partir dali, mas não sabia do pesadelo e luta que tinha pela frente durante vários e duros anos...
(...continua)
PS: é possível que alguma ou outra coisa pelo meio não tenha sido contada porque muitas vezes tenho a impressão que tenho um apagão. É como se o meu cérebro estivesse tão cheio de informações tão confusas que faz um "shut down" para libertar espaço.
O cérebro do borderline (científico)
O que faz um cérebro Borderline? Nas últimas duas décadas, especialistas vêm tentando descobrir. O velho ditado sobre duas pessoas estarem em diferentes comprimentos de onda parece ser verdade, com as ressonâncias magnéticas revelando diferenças gritantes entre cérebros saudáveis e cérebros de indivíduos com Personalidade Borderline. O diagrama acima é um exemplo disso. À direita, temos um cérebro "normal", à esquerda, o cérebro de alguém com DBP. As manchas de calor mostram pela primeira vez a base neurológica de uma condição de saúde mental grave, mas muito comum.
Mas o que esses remendos térmicos realmente significam? Começamos no sistema límbico; todos os cérebros têm um. É o centro de controle emocional dos seres humanos, e é aqui que o trauma, a doença mental e os circuitos neurais se cruzam.
Amígdala
A parte primitiva do cérebro que regula o medo e a agressão. Na população em geral, é uma ferramenta vital para a sobrevivência; mesmo nas cidades confortáveis, seguras e mecânicas da modernidade, as emoções podem salvar vidas. Contudo:
As manchas do cérebro mostraram que as pessoas com DBP têm amígdalas visivelmente menores que a população em geral e podem até sofrer atrofia. Quanto menor a amígdala, mais hiperativa.
Isso significa que quando as pessoas com Transtorno da Personalidade Borderline experimentam uma emoção, o fazem com mais intensidade do que a população em geral, e o período de "relaxamento" leva muito mais tempo.
Hipocampo
O hipocampo é um par de tubos em forma de cavalo-marinho localizados nos hemisférios esquerdo e direito do cérebro. Associado a memória de longo e curto prazo, orientação espacial e reações emocionais mais importantes, é o processador de dados do corpo. Isso significa que, quando um evento ambiental é retransmitido através do córtex visual, o hipocampo decide a resposta emocional correta. Abordagem ou evitação.
Para pessoas com Transtorno da Personalidade Borderline, o hipocampo está em um estado de hiper-estimulação contínua. Descoordenado e disfuncional, ele sempre interpreta mal as ameaças e transmite mensagens defeituosas de volta à amígdala.
Isso significa que as pessoas com DBP têm mais probabilidade de encontrar noutras pessoas, e o mundo ao seu redor, como ameaçador, quando isso pode muito bem não ser a intenção ou a realidade.
Eixo hipotálamo-hipófise-adrenal.
Um nome complexo para três glândulas interconectadas: o hipotálamo, a hipófise e a glândula adrenal interagem entre si. Especialmente no gerenciamento das pressões da vida cotidiana e na manutenção da homeostase.
O 'eixo adrenal hipotalâmico-hipófise' é o principal responsável pela produção de cortisol no corpo. O cortisol é um produto químico natural libertado durante períodos de estresse. Estudos mostraram que pessoas com DBP apresentam níveis anormais de cortisol na corrente sanguínea.
Muita produção de cortisol significa que os níveis de stresse na vida diária são sempre esmagadores. Psicologicamente, a resiliência e as habilidades de enfrentamento são prejudicadas; quimicamente, o corpo está sobrecarregado.
Córtex pré-frontal
O córtex pré-frontal é o pináculo da evolução humana, não apenas porque é responsável pela razão, racionalidade e tomada de decisão, mas porque também inibe nossa natureza primordial.
Pessoas com DBP têm córtex pré-frontal inativo e ineficiente. Esta é uma das razões para alguns dos sintomas característicos da DBP, incluindo a impulsividade.
Como Francisco Goya disse, o 'sono da razão gera monstros' e, com um córtex pré-frontal adormecido, indivíduos com DBP se vêem assaltados por emoções, que nos fazem sentir fora de controle.
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