Borderline pode ser confundido com depressão. 



Imagine que discutiu com a sua melhor amiga. Normalmente, a situação pode ser resolvida com uma conversa, esclarecendo o que não gostou. Para uma pessoa com depressão, essa discussão pode gerar apatia por uns dois dias e, se a amiga a procura, vocês falam novamente. Já para uma pessoa com Borderline, a situação pode parecer o fim do mundo. Motivada pela impulsividade, a reação pode-se tornar exagerada, recorrendo até a automutilação.

Enquanto a pessoa com depressão fica mais abatida diante de algumas situações, o paciente com Borderline costuma ser reativo.
Reações exageradas, como a descrita acima, são frequentes em pessoas com essa perturbação, tornando isso um padrão comportamental, o que diferencia de comportamentos esporádicos.

O Borderline pode trazer sintomas depressivos, o que pode levar a uma confusão no diagnóstico. Pessoas que tenham transtornos de personalidade, por conta do sofrimento que o transtorno causa, podem estar mais sujeitas a ter também a depressão.

O termo depressão costuma ser usado para descrever o humor triste ou desencorajado que resulta de eventos emocionalmente estressantes, como um desastre natural, uma doença séria ou a morte de um ente querido. É possível também que a pessoa diga que se sente deprimida em determinados momentos, como nas festas de fim de ano (tristeza de fim de ano) ou no aniversário da morte de um ente querido. No entanto, esses sentimentos normalmente não representam um transtorno. Normalmente, esses sentimentos são temporários e duram dias, não semanas ou meses, e ocorrem em ondas que tendem a estar relacionadas a pensamentos ou lembranças do evento perturbador. Além disso, esses sentimentos não interferem substancialmente com a funcionalidade durante qualquer período de tempo.

Depois da ansiedade, a depressão é o transtorno de saúde mental que ocorre com mais frequência. Aproximadamente 30% das pessoas que consultam um clínico geral têm sintomas de depressão, porém, menos de 10% dessas pessoas apresentam depressão grave.

A depressão normalmente surge em meados da adolescência ou ao redor dos 20 ou 30 anos; no entanto, a depressão pode começar praticamente em qualquer idade, incluindo durante a infância.

Um episódio de depressão não tratado costuma durar cerca de seis meses, mas, às vezes, prolonga-se por dois anos ou mais. Os episódios tendem a se repetir diversas vezes ao longo da vida.

Já o Borderline (perturbação de personalidade limítrofe) é um transtorno de personalidade em que a pessoa não consegue lidar de maneira adequada com seus sentimentos. O termo significa "fronteiriço" e, antigamente, era colocado como uma situação pré-esquizofrênica, sendo um limite entre a esquizofrenia e a personalidade "normal". Com a evolução do diagnóstico, entendeu-se que eram transtornos diferentes, mas a nomenclatura continuou.

Entre as características do transtorno Borderline estão a instabilidade — em empregos, relacionamentos, projetos — grande sensibilidade com oscilação entre a idealização, raiva e o desprezo, impulsividade, esforços intensos para evitar o abandono, seja esse real ou temido e, devido a esse medo, ter ideias paranoides, alucinações e momentos dissociativos.

Outras particularidades do transtorno estão relacionadas à definição da autoimagem, comportamentos ligados à automutilação e ao suicídio e sentimento crônico de um vazio.

Embora possam ser confundidos, o transtorno de personalidade Borderline é diferente do transtorno afetivo bipolar. A bipolaridade é caracterizada por fases em que o paciente sente depressão, agitação ou impulsividade, enquanto o Borderline ocorre de maneira constante.

O transtorno Borderline acomete de 1,5% a 3% da população, sendo mais comum entre mulheres e com a maioria dos diagnósticos realizados entre o final da adolescência e o início da vida adulta.

Diferentemente de outros transtornos psiquiátricos, os transtornos de personalidade não possuem a característica de falta de substâncias neuronais e falha na recepção de serotonina (neurotransmissor que regula a sensação de bem-estar), como a depressão.

As causas do transtorno são múltiplas, sendo mais frequentes em pessoas que sofreram traumas, como agressões, abandono e abusos (emocional ou sexual) ainda na infância.

Não há cura para o Borderline, mas existe tratamento, sendo a psicoterapia obrigatória e medicamentos, como antidepressivos a estabilizadores de humor, recomendados de acordo com cada caso.

Para ajudar uma pessoa com Borderline, é importante que amigos e familiares tenham conhecimento dos comportamentos que a pessoa tolera ou não. É importante demonstrar amorosidade, atenção e ter posicionamento firme, quando necessário.


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