O percurso - conlusão


O que pode fazer a falta de amor e carinho por parte de uma mãe?….
 Eu sou o exemplo disso. Apesar de não ter tido grandes sintomas até ao inicio da vida adulta, eles foram aparecendo conforme os problemas da vida aumentavam e não sentia apoio familiar. A coisa foi gradual de modo que não sabia o que se passava comigo.  Para mim eu tinha muita ansiedade e ela era a culpada de tudo. A verdade é exactamente o contrario. Todas as outras coisas é que provocam ansiedade. A instabilidade emocional repentina, os dilemas internos, a solidão mesmo que acompanhada muitas vezes, o medo, a revolta, a insegurança, a explosão sobre os outros, a raiva que tantas vezes senti, a desesperança, o perfeccionismo comigo e com os outros, a imagem destorcida que vejo no espelho, a insatisfação continua que gera o tal vazio, a vontade de morrer desde muito nova, o pensar em me matar de tanto desgosto, o sofrimento por ter as emoções à flor da pele, o me apegar facilmente, ás pessoas e me desiludir com todas, os dilemas interiores, as loucas paixões e grandes problemas que tornaram todas as minhas relações numa grande montanha russa, pensar demais o dia inteiro...
Também entendo agora de onde vem o meu gosto pelo perigo e pelo risco, pela aventura, o tédio quando nada acontece, o meu lado atrevido e exibicionista, de chamar a atenção, de ser o centro das atenções, de ser vaidosa e de não sentir arrependimento por muitas maldades que fiz a algumas pessoas. 
Por outro lado eu sei as minhas qualidades enquanto ser humano. Sinto empatia pelos que mais sofrem, amo animais e nunca faria mal a nenhum, gosto de ajudar os outros no que me é possível, sou agradecida a quem me faz bem, sou dedicada e persistente, dou a minha camisola por um amigo ou mesmo por alguém que não conheço mas senti empatia.
Imaginem o que é sentir quase tudo isso num só dia ou num curto espaço de dias? Desgastante. Assim sou eu!
A parte maior e com muitos mais pontos é o meu lado borderline. Depois descrevi o meu lado histriónico e narcisista. Por fim o lado antissocial. 
Fui buscar traços a todo o cluster B (grupo B dos transtornos de personalidade). 
Neste momento, depois de tantas coisas que aconteceram e me traumatizaram, a minha desesperança é maior do que nunca. Sinto-me muito só, não quero ninguém mas ao mesmo tempo o que sempre quis foi ser feliz com alguém. 

Por isso digo, Posso até ser um Anjo que caiu, mas continuo a ser Anjo!!!


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