Não julguem. Há quem peça socorro sem abrir a boca.


Uma vez vi um vídeo de uma rapariga que dizia tão mal de pessoas com perturbação borderline, que parecia falar de monstros. Os comentários não eram nada favoráveis à opinião dela. Talvez fosse alguém traumatizado com uma má experiencia.

O que venho aqui falar é sobre o lado bom, o reverso da moeda.
Todas as pessoas são diferentes e isso naturalmente também acontece com o grau das doenças físicas ou mentais.
Na perturbação de personalidade borderline é igual. Então existem os que têm apenas alguns traços na personalidade e levam uma vida perfeitamente normal, os que vão buscar apenas uma característica ou várias até, da personalidade borderline, e isso pode ou não interferir com a sua vida e a dos outros, os como eu, que vou buscar aspectos a todo o cluster B - narcisista, histriónico, borderline e anti social, sendo uns aspectos mais marcantes que outros, mas não me corto nem tenho vícios, mas interfere em vários aspectos da minha vida, os que apresentam muitos problemas na adolescência mas na idade adulta a melhora é considerável, os que apresentam poucos traços na adolescência mas na idade adulta devido a traumas e situações de extremo stresse, pioram muito, os que se cortam, tentam suicídio, abusam de drogas e álcool… enfim, há muitos graus de gravidade e características diferentes. Algumas inevitavelmente são comuns a todos.

Entendido isto, compreendemos que pais ou tutores de um adolescente ou jovem adulto que se corta, já tentou se matar varias vezes, toma drogas, não é nada, mas nada fácil. É uma constante preocupação e sobressalto, além dos imensos problemas que podem causar em casa. Mesmo assim, entendamos que o fazem por completo desespero, estão doentes da alma e entrando nesse circulo depois é difícil sair. Há tratamento para todos com bons resultados. A questão é dar o 1o passo.

Julgo que a maioria dos casos não chegue a esse extremo, embora haja muitas pessoas que se auto mutilam diariamente.

Porque fazem isso?
Não é contra ninguém. É para se punirem e aliviar a dor interior. A dor física alivia por instantes. Há quem se drogue para poder sair da sua realidade e há também quem tenha atitudes impulsivas e perigosas para conseguir libertar toda a sua raiva. A baixa auto estima faz com que se sintam "um nada"
Vou utilizar a expressão de  uma psiquiatra e escritora que concordo totalmente: "Pessoas borderline, são mentes que amam demais". Sim, porque quase tudo que sentimos é provocado externamente. Um exemplo: um casal de namorados onde ela é borderline. O rapaz decide terminar o namoro e imediatamente nasce dentro dela toda essa raiva, culpa, odio, depressão e muitas vezes auto mutilação ou explosão contra o outro por não conseguir lidar com tal desgosto que a OUTRA PESSOA lhe causou. Esse foi o gatilho. Pode não ser e não é a melhor forma de amar, mas é o amar que sabemos.

Ser borderline é ser o oposto do psicopata. Borderline é 100% emoção e 0% razão. Psicopata é 0% emoção e 100% razão. O que preferem, um borderline ou um psicopata?
Borderline sente demais, o psicopata não sente empatia por ninguém. O borderline é capaz de dedicar toda a sua vida a outra pessoa (com tudo de mau e bom que possa ter). O psicopata não pensa em mais ninguém a não ser nele e muitas vezes é perigoso com os outros para obter o que quer.
A pessoa borderline tem muitas qualidades se forem bem canalizadas. Por exemplo, as artes no geral, devem muito à personalidade borderline.

Tentem ver o lado bom e os bons momentos que podem realmente ser momentos maravilhosos, quando tudo está controlado. No fundo somos pessoas que sentimos demais.

Não usem o preconceito para julgar ou criticar. É fácil falar dos outros quando não se esta no lugar deles. Tentem ajudar com base no conhecimento e no que é possível!


Sem comentários:

Enviar um comentário

Comenta, pergunta, expressa-te

O porquê...

O objectivo do blog

Olá a todos! Sejam muito bem vindos ao meu blog. O intuito deste blog é informar, esclarecer, apoiar quem tem um distúrbio de personalidade,...

Mais lidas