Para uma pessoa Borderline os pontos gatilho podem dar lugar a explosões de raiva normalmente intensas e de curta duração. Isso pode acontecer dum momento para o outro e, para os que estão de fora parecer que aconteceram do nada. Mas na realidade não é bem assim.
Uma palavra, a falta dela, um gesto, uma expressão, um levantamento de sobrancelha, algum objeto fora do lugar, etc pode provocar o 8 no 80 num Borderline e, nesse momento, um dia de sol pode ser transformado irremediavelmente numa noite de tormenta infernal. Isso pode acontecer pelo fato que está acontecendo naquele momento mas também por algo que que lhe lembrou um acontecimento traumático anterior de dor e desconforto.
A ansiedade toma conta do Borderline e a sua maior defesa pode depressa se transformar no ataque. Consequentemente o problema já nem é o que começou o confronto mas sim o que acabou por acontecer, ou seja, o descontrole do Borderline. Eles deixam de ter noção do que está à sua volta, apenas querem acabar com o desconforto do que lhes causou dor só que irremediavelmente no final, em vez de um desconforto ficarão com dois: o ponto gatilho e a sua reação perante o outro que jamais entenderá o que acabou de acontecer.
Cabe aqui dar importância à extinção destes pontos gatilhos e, a forma mais eficaz de o fazer é informar o ponto de partida que realmente são portadores de TPB, tentar explicar da melhor forma e pedir para serem evitadas situações desse tipo, só assim será possível evitar novos confrontos.
A aceitação do problema em ambos os lados poderá levar a uma importante evolução nessas situações... são tantos os fatores com que têm de lidar diariamente que, se pudermos retirar algum peso de dentro deles será muito mais fácil lidar com o resto do emocional que está e sempre estará à flor da pele, para o bom e menos bom.
É importante a pessoa perceber quais são os seus maiores pontos gatilho para tentar evita-los e ser o mais clara possível com as pessoas mais próximas, explicando quais são os pontos que devem ser evitados. É tão importante que os mais próximos entendam que em certas alturas é como se explodisse um vulcão, mas é algo que não conseguem controlar.
Claro que é importante não esquecer que o acompanhamento de alguma forma de terapia que funcione com eles será sempre necessária!
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